Devo admitir
minha vergonha
Os medos dos
filhos
Misturam-se
à consciência dos pais
Vejo isso e
nada mais
Quero ver,
comprovar
Sentir o
cheiro, tocar
Quero sentir
o real
Cair na real
Gelo seco,
Meus lábios
estão pregados nos dentes
Sinto
cheiros, suo horrores
Minha língua
adormece
Ao amanhecer
do dia
Bafo de
gazela,
Martelo,
dente de ouro
Vejo chamas
no interior de um prédio
Fogo
Fofo
Fogo, queima,
queima
As artérias
do meu coração sobrevoam a tinta seca da casa abandonada
De paredes
descascadas
E fumaça
preta
E lá está
ela
E cá estás
tu
A procurar
sentido
Vendido,
minha vida
Quero um
cadillac com portas pretas
Depois,
avise-me com exclamação
Vi as
galáxias, galáxias das galáxias
Descobri que
somos um
Grande e
gordo, fosco
Poeira das
estrelas.
Renan Almeida, maio de 2012.
Renan Almeida, maio de 2012.
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